terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um dia de aulas no Thabor

No Thabor o despertar é cedo. Logo de manhã o dia se inicia com a Santa Missa. O canto gregoriano ecoa por todos os recintos e, aos poucos, a basílica é banhada pela luz do sol, a qual, de maneira resplendente, ilumina os policromados vitrais que a adornam. A Santa Celebração é o primeiro programa, pois qualquer ação só é bem feita, quando embebida pela vida interior.
O próximo programa é o café da manhã, após o qual é preciso ser ágil, porque em pouco tempo soará o sino, anunciando o alardo de início das aulas. Já formados em suas respectivas fileiras, os alunos cantam o Credo, em latim, e depois saem em passo ritmado, rumo às respectivas salas. À frente, cercado por quatro guardas de honra, o estandarte dos Arautos do Evangelho precede o desfile, ostentando um brasão no qual estão representadas as três devoções mais importantes para um arauto: o Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora e o Papa.
Tudo é acompanhado com músicas próprias, as quais colaboram para dar clave e o ritmo ao cerimonial. A orquestra é conformada por 105 instrumentistas, das mais variadas idades, localidades do Brasil e países do Mundo. O repertório é amplo. Para cada dia da semana, existe uma sequência diferente, as quais somam oito ao todo e cada uma delas contém seis músicas, resultando um total de 48 peças.
Imediatamente depois começam as aulas. No prédio onde funcionam o colégio e a faculdade, a distribuição dos alunos é a mais diversa: os mais jovens cumprem o ciclo escolar do ensino-médio, localizando-se no andar térreo; nos outros dois andares, encontram-se os cursos superiores de Filosofia (3 anos) e Teologia (4 anos). O estudo tem um papel fundamental na formação de um arauto do Evangelho, conforme afirmava Mons. João S. Clá Dias em uma das suas numerosas homilias: “devemos ser leões no estudo e águias na contemplação”.
Além de todas as obrigações de estudante, todo arauto do Thabor possui alguma função, como cuidar da sacristia, hospedagem, refeitório, alfaiataria ou tantas outras que uma casa dessas proporções comporta. Há também outras funções que não são fixas, mas rotativas semanalmente. No Domingo à noite, é publicada sempre uma escalação daqueles que devem exercer incumbências como, por exemplo, servir a mesa em determinado dia, atender as ligações telefônicas noutro, fazer a leitura durante as refeições dessa semana, etc.
Queremos destacar, entretanto, uma função muito importante e que, por isso, é fixa. Enquanto muitos arautos se encontram na ação, quer em estudos ou trabalhos, na capela de adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, dentro da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, há sempre um arauto adorando a Sagrada Hóstia consagrada, em atitude de oração e recolhimento. Sim, de hora em hora os residentes do Thabor alternam-se para fazer essa guarda de honra a Jesus sacramentado, inclusive durante a madrugada. Assim, cada semana completa-se o número de 168 horas em que a Eucaristia ali está exposta para adoração, tornando-se verdadeira fonte de graças e de proteção para todos.
Chegado o fim da tarde, o toque do sino da basílica, às 6:00 hs., convida para oração do Angelus e também para o início da Missa plenária, ou seja, com a participação de grande parte dos Arautos do Evangelho que residem em várias casas, na cidade de São Paulo. Reúnem-se cerca de 800 pessoas.
Terminado o dia, após o jantar, há o canto de Completas, prece final da Liturgia das Horas. Os Salmos são entoados alternadamente por duas alas e, no final de tudo, entoa-se a Salve Regina, para agradecer à Mãe de Deus pelo dia transcorrido. O ambiente de silêncio e recolhimento reina, após esse último ato em conjunto. Todos os trabalhos cessam, pois é o momento em que os homens devem se calar para que os anjos falem. Finalmente, as luzes vão se apagando e o nosso relato também termina.
Texto: Marcus Vinícius
Fotos: Thiago Tamura

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Angelus

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E Ela concebeu do Espírito Santo.

Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

V. Eis aqui a serva do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a vossa palavra.

Ave Maria

V. E o Verbo de Deus se fez carne
R. E habitou entre nós.

Ave Maria

V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas para que, conhecendo pela anunciação do Anjo a encarnação de vosso Filho Jesus Cristo, cheguemos por sua Paixão e Morte na Cruz, à glória da ressurreição.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém. (3x)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Arautos do Evangelho 10 anos da Aprovação Pontifícia

Arautos do Evangelho 10 anos da Aprovação Pontifícia

Na luta contra a impureza, vence quem foge


Em matéria de castidade, não existem fortes nem fracos. Diante de uma tentação impura, vence quem recorre imediatamente a Deus, sem negociatas.





























Se há um mandamento que as pessoas reclamam ser difícil de cumprir, este é, sem dúvida, o sexto mandamento. O escritor C. S. Lewis reconhecia que "a castidade é a menos popular das virtudes cristãs". Enquanto os de fora – e, não raro, os de dentro – inflam-se para falar da pobreza evangélica, das virtudes da paciência e da humildade, ergue-se, muitas vezes, em torno da moral sexual cristã, uma barreira de silêncio ou mesmo de desobediência. "Porém, escreve Lewis, não existe escapatória. A regra cristã é clara: 'Ou o casamento, com fidelidade completa ao cônjuge, ou a abstinência total'."01
Para aqueles que não descobriram a centralidade do amor de Deus na religião cristã, fica realmente muito difícil entender o porquê de "não pecar contra a castidade" ou a ratio de todas as demais normas morais católicas. O Papa Bento XVI, certa vez, alertou para o perigo de deixarmos o Cristianismo transparecer mais como um "código de conduta" que como um encontro real e profundo com Jesus Cristo:
"Não deveríamos permitir que a nossa fé seja vanificada pelos demasiados debates sobre múltiplos pormenores menos importantes mas, ao contrário, ter sempre à vista em primeiro lugar a sua grandeza. Recordo-me quando, nos anos 80-90, eu ia à Alemanha e me pediam que concedesse entrevistas: eu conhecia sempre antecipadamente as perguntas. Tratava-se da ordenação das mulheres, da contracepção, do aborto e de outros problemas como estes que voltam a apresentar-se continuamente. Se nos deixarmos absorver por estes debates, então a Igreja identifica-se com alguns mandamentos ou proibições, e nós passamos por moralistas com algumas convicções um pouco fora de moda, enquanto não sobressai minimamente a verdadeira grandeza da fé."02
Olhando para Cristo – e só olhando para Cristo –, é possível viver a castidade. Sem contar com o auxílio indispensável da graça, ninguém pode ser casto. C. S. Lewis reconhecia que "a castidade perfeita – como a caridade perfeita – não será alcançada pelo mero esforço humano". "Você tem de pedir a ajuda de Deus", escrevia. E Santo Afonso de Ligório também fazia notar que "nós, revestidos de carne, não podemos por própria força guardar a castidade; só Deus, em sua imensa bondade, nos poderá dar força para tanto".
E, todavia, como a própria salvação humana é obra conjunta de Deus e dos homens, da mesma forma a castidade exige do ser humano que ele se crucifique para si mesmo. Isto se manifesta de modo eminente por uma coisa que os grandes santos chamavam de "fuga da ocasião do pecado"."Um sem-número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado", diz Santo Afonso. Na luta contra a impureza, vence quem foge. Diante de uma tentação, ao invés de encarar a investida maligna de frente, é preciso recorrer imediatamente ao auxílio de Jesus e Maria.
É este o parecer comum dos santos da Igreja e não há motivos para procurar outra senda. Adverte São Francisco de Sales: "Logo que notes uma tentação, imita as criancinhas que, vendo um lobo ou um urso, se lançam ao seio do pai e da mãe ou ao menos os chamam em seu socorro"03. O autor sagrado alerta que "quem ama o perigo nele perecerá" (Eclo 3, 27). Se uma pessoa tem o firme propósito de guardar a sua pureza, mas não evita os ambientes, as pessoas ou as coisas que o levam ao pecado, então, este propósito tem pouco ou nenhum valor. Santo Tomás de Aquino explica que a razão disso é que Deus nos abandona ao perigo quando a ele nos expomos deliberadamente ou dele não nos afastamos.
Pode parecer difícil, a partir destas considerações, a vivência da castidade. Afinal, são tantas as ocasiões em que o mundo oferece uma proposta tentadora de felicidade nos lugares errados! A verdade é que Jesus nunca disse que a luta seria fácil. "No mundo haveis de ter aflições" (Jo 16, 33). Não é possível viver a castidade sem passar pela experiência da Cruz. Vivida com amor, no entanto, esta verdadeira via crucis adquire um belo significado. Como escreve São Josemaría Escrivá,"quando te decidires com firmeza a ter vida limpa, a castidade não será para ti um fardo; será coroa triunfal"04.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências





  1. Cristianismo puro e simples, Livro III, n. 5
  2. Discurso do Papa Bento XVI na conclusão do encontro com os bispos da Suíça, 9 de novembro de 2006
  3. Filoteia (Introdução à Vida Devota), parte IV, cap. 7
  4. Caminho, n. 123

https://padrepauloricardo.org/blog/na-luta-contra-a-impureza-vence-quem-foge

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Fotos de um dia na Paróquia do novo Cura d'Ars da Marselha agnóstica: Padre Michel Marie Zanotti Sorkine

http://www.delamoureneclats.fr/#!/notre-paroisse/nos-photos/1/

Horários da Paróquia do novo Cura d'Ars da Marselha agnóstica: Padre Michel Marie Zanotti Sorkine

Abrindo a igreja
Segunda-feira a sábado, das 8h às 20h.
Domingo 8:30-12:30 e das 16:30 h às 19:30 h.

Missas dominicais
Sábado 18:30 missa antecipada.
Domingo 10:30, Missa de alta solenidade.
Missas durante a semana
Segunda a sexta-feira às 18:30 e sábado às 12:10 em honra de nossa Mãe.

Adoração do Santíssimo Sacramento
Terça-feira a sábado, das 17h às 18h30.
Terça a sexta das 19h às 20h.
Domingos, das 17h às 18h, seguido da bênção  do Santíssimo Sacramento.

Orações em honra da Santíssima Virgem Maria
Às 12:00 de segunda a sexta-feira, Angelus, Rosário e Ladainha da Santíssima Virgem (exceto sábado, onde o Rosário é celebrada às 11h45).
Às 18h de segunda a sábado, rosário.
Às 19:45 de terça a sexta-feira, rosário, (exceto às segundas-feiras, quando o Rosário é celebrada às 19:10).

Confissões
[Na capela de São José, a última capela do lado esquerdo, perto do Altar.]
Quarta a sábado oito horas - 08h30.
Terça a domingo das 17h às 18h.

Para atender Padre Michel-Marie
Quarta, quinta, sexta e sábado de 8:00-08:30.
Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo das 17h às 18h no confessionário.
Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira das 19h às 22h na sacristia sem compromisso.
Sábado à tarde, das 14h às 17h com hora marcada, assumiu a secretaria (04 91 48 57 45), para aqueles que vêm de longe.
É sempre possível ver o Padre e fazer uma entrevista com ele para o tempo que lhe convier.

Secretaria da paróquia
Segunda a Sábado 09h30 - doze horas e das 14h30 às 18h.
As linhas directas recepção na igreja
Segunda-feira a sábado, das 9h às 17h para mais informações e para encomendar missas por suas intenções.

Os batismos e casamentos
Para solicitar um batismo ou de casamento, por favor contacte o secretariado.
Obrigado

Catecismo
Todas as crianças do jardim de infância para CM2 são bem vindas. Aqueles que desejarem poderão se preparam para receber o Batismo ou Primeira Comunhão. Recorde-se que o ensino do catecismo na nossa paróquia é totalmente gratuito e os livros são fornecidos.
As entradas são possíveis:
- Todos da secretaria dos dias paroquiais;
- Na recepção na igreja.
O catecismo é realizada toda terça-feira 17:30 - 18:30, no salão paroquial.

Catecumenato
Os adultos que desejam receber o sacramento do batismo ou confirmação são bem-vindos em nossa paróquia. Aqueles que desejam receber um destes sacramentos são apresentados ao Padre Michael Mary ou para a Secretaria de hospedagem grande coração.
Os servos do altar
Todos os meninos que desejam servir a Missa são muito bem vindos para a sacristia da nossa igreja a partir 10:20. Vem sem medo, até mesmo pela primeira vez, somos uma família!

Pequenas Missionárias de Maria
[A partir de 4 anos.]
Eles se reúnem uma vez por mês na quarta-feira às 16:30 na cripta. O programa:
- Explicação dos mistérios do Rosário, a história da vida de um santo ou um grande aparição mariana;
- Repetição de canções;
- Adoração e Rosário preparado pelas crianças e rezou na igreja seguida por missa às 18:30 para aqueles que podem ficar com seus pais.
Para mais informações, entre em contato com Marie-Hélène Wisdorff: mh.wisdorff @ gmail.com.
As próximas reuniões terão lugar na quarta-feira 15 de janeiro de 12 février 12 de março, 16 de abril e 7 de maio

Para os nossos irmãos doentes
Padre Michel-Marie visitar o seu doente em casa (reuniões, sacramento da reconciliação, comunhão, sacramento dos enfermos) a seu pedido. Sinta-se livre para participar. Em caso de emergência, de dia ou à noite, pode contactar o pároco de 04 91 48 57 45. Ele virá sem demora. Marie-Pierre Du Crest propõe para visitar seus pais doentes e idosos, e trazê-los de Comunhão. Sinta-se livre para juntar-se por e-mail (mp.ducrest @ hotmail.fr) ou ligando para a secretaria da paróquia.
A cada dois meses na terceira quinta-feira do mês, grande noite de oração pelos nossos irmãos doentes às 18:30: celebração da Santa Missa seguida de Súplica a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e bênção pessoal e imposição das mãos o padre. Venha! E não hesite em enviar a suas intenções de oração pai!

Fonte: http://www.delamoureneclats.fr/#!/notre-paroisse/nos-horaires/

terça-feira, 24 de junho de 2014

Um pároco francês multiplica o número de fiéis!




"Levar a Deus todas as almas que seja possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério, e é o seu principal objetivo como sacerdote.


É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso
A chave para este sacerdote que antes foi músico de êxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste batina porque "todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja e o reconhece-lo".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes
O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas. Segundo o que conta, a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenômeno de massas não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.

Um novo "Cura de Ars" numa Marselha agnóstica
Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura da Igreja às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.

Os paroquianos contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

A igreja sempre aberta
Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas de outros padres da diocese mas ele assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus
Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se transforma em instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus".

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia
O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus". 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e veem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.

A importância da liturgia e da limpeza
E aqui está outro ponto chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável? É impossível."

Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura: "Estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável, é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. "Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje "é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar", pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.


O padre da batina
Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro".

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. "O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?".


Neste aspecto é muito insistente: "Quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância, é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".

Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. "Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o café da manhã nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paula numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés
A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fatura devastadora" que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris, de Montecarlo, mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.

Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.

http://defensoresdasagradacruz.blogspot.com.br/2013/04/um-paroco-frances-multiplica-o-numero.html

“Trazer tantas almas para Deus quanto seja possível”: o ministério frutuoso de um pároco da França

Publico uma tradução ligeira dos trechos que mais me chamaram a atenção nesta reportagem do “Religión en Libertad” sobre o pároco de Marsella, o reverendíssimo pe. Michel Marie Zanotti Sorkine. O ministério sacerdotal deste pároco tem se mostrado profícuo de uma maneira extraordinária, revigorando uma paróquia que estava em vias de ser demolida e transformando-a no mais vicejante centro católico no meio de uma cidade dividida entre agnósticos e muçulmanos. Que o exemplo do pe. Michel possa inspirar os nossos sacerdotes e inspirar também a nós: que ele nos faça ver que o Evangelho sempre dá frutos, ainda que esteja confinado a um ambiente estéril e hostil, bastando para isso que conte com servos abertos à graça de Deus e empenhados honestamente em realizar a Sua vontade.
* * *

El nuevo cura de Ars de la Marsella agnóstica multiplica los fieles en un barrio islámico

“Trazer tantas almas para Deus quanto seja possível”. O padre Michel Marie Zanotti Sorkine levou esta frase muito a sério, e a transformou em seu principal objetivo como sacerdote.
Assim ele vem fazendo após transformar uma igreja que ia ser fechada e demolida na paróquia com mais vida de Marsella. Seu mérito é ainda maior quando [se vê que] o templo está localizado em um bairro com enorme presença de muçulmanos, em uma cidade onde menos de 1% da população é católica praticante.
Havia sido músico de sucesso
A chave para este sacerdote que anteriormente fora músico de sucesso em uma multidão de cabarets de Paris e Montecarlo é a “presença”, tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas de sua igreja estão o dia inteiro abertas de par em par, e [ele] se veste de batina porque “todos, cristãos ou não, têm o direito de ver um sacerdote fora da igreja”.
De 50 fiéis por missa para 700
Seu balanço é assombroso. Quando chegou em 2004 à Paróquia de São Vincente de Paula do centro de Marsella, a igreja permanecia fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta, à qual acorriam 50 pessoas.
Como ele mesmo conta, a primeira coisa que fez foi abrir o templo todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja permanece aberta quase todo dia, e faltam assentos extras para abrigar todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e ainda mais nas grandes solenidades. Quase 200 adultos se batizaram desde que ele chegou, 34 na última Páscoa. Converteu-se num fenômeno de massas não apenas em Marsella como em toda a França, com reportagens de todo o país atraídas pela quantidade de conversões.
O novo cura d’Ars na Marsella agnóstica
Uma das principais iniciativas do pe. Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir tamanha afluência de gente de todas as idades e condições sociais é a Confissão. Antes da abertura do templo, às oito da manhã, já há gente esperando na porta para poder receber este Sacramento ou para pedir conselhos a este sacerdote francês.
Tal como contam os seus fiéis, o pe. Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite.
[...]
O templo deve favorecer a ligação com Deus
Em uma entrevista de televisão afirmava estar convencido de que “se hoje em dia a igreja não está aberta, isto é porque nós, de certa maneira, não temos nada para propôr; [é como se disséssemos que] tudo o que oferecemos já se acabou. Enquanto que, neste caso, a igreja está aberta todos os dias, as pessoas vêm, quase nunca temos assaltos, há pessoas que rezam e eu lhe garanto que esta igreja tem se transformado num instrumento extraordinário que favorece o encontro da alma com Deus”.
Era a última oportunidade de salvar a paróquia
O bispo lhe mandou para esta paróquia como última oportunidade de salvá-la, e lho disse explicitamente quando lhe mandou que abrisse as portas. “Há cinco portas sempre abertas e, assim, todo mundo pode ver a beleza da casa de Deus”. 90.000 carros e milhares de viajantes e turistas deparam-se com a igreja aberta e com os sacerdotes à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e de seu povo no mundo secularizado.
A importância da Liturgia e da limpeza
E aqui chega-se a outro ponto-chave para este sacerdote. Logo após a sua chegada e com a ajuda de um grupo de fiéis leigos, renovou a paróquia, limpou-a e a deixou resplandecente. Para ele este é outro motivo pelo qual as pessoas escolhem voltar à Igreja. “Como querem que se creia que Cristo vive em um lugar se ele todo não está impecável? É impossível”.
[...]
A liturgia se torna o ponto central de seu ministério e muita gente foi atraída a esta igreja por conta da riqueza da Eucaristia. “Esta é a beleza que conduz a Deus”, afirma.
As missas estão sempre repletas e, nelas, há procissões solenes, incenso, cantos bem preparados… Tudo feito em atenção ao detalhe. “Dou um trato especial à celebração da Missa para mostrar o significado do Sacrifício Eucarístico e a realidade da Presença [Real]”. “Não se concebe a vida espiritual sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria”, motivo pelos quais introduziu [na paróquia] a adoração e a recitação diária do terço, dirigida por estudantes e jovens.
Seus sermões são também muito esperados, e os seus fiéis até mesmo os acessam na internet. Neles [o padre] chama sempre à conversão para a salvação do homem. Em sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje “é talvez uma das principais causas da indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo”. Antes de tudo, a clareza da mensagem evangélica. Por isso adverte contra a frase tão repetida de que “todos vamos ao Céu”. Esta é, para ele, “outra canção que nos pode enganar”, uma vez que todos precisamos lutar – começando pelo sacerdote – para chegar ao Paraíso.
O padre de batina
Se há algo que distingue este sacerdote em um bairro de maioria muçulmana é a sua batina, que sempre veste, e o rosário entre as mãos. Para ele é primordial que o padre possa ser distinguido entre a multidão. “Todos os homens, começando por aquele que cruza o umbral da igreja, têm o direito de reunir-se com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que a nossa aparência deve fazer-se tangível e eficaz para permitir esta reunião”.
Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. “O serviço deve ser permanente. O que você pensaria de um marido que, a caminho da oficina pela manhã, tirasse a sua aliança?”.
[...]
Por último, lembra um detalhe importante. A primeira coisa que os regimes comunistas faziam era eliminar o hábito eclesiástico, sabendo de sua importância para a comunicação da fé. “Isto merece a atenção da Igreja da França”, afirma.
Contudo, sua missão não se desenvolve somente no interior do templo. Ele é um personagem conhecido em todo o bairro, inclusive pelos muçulmanos. Toma o seu desjejum nos cafés do bairro, ali fala e se reúne com os fiéis e com gente não praticante. Ele o chama de sua pequena capela. Assim já conseguiu com que muitos vizinhos sejam agora [participantes] assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vincente de Paula em uma paróquia totalmente ressuscitada.

http://www.deuslovult.org/2012/10/23/trazer-tantas-almas-para-deus-quanto-seja-possivel-o-ministerio-frutuoso-de-um-paroco-da-franca/

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Eu Vos Amo Meu Deus





Eu Vos amo, meu Deus, e o meu único desejo é amar-Vos até o último suspiro da minha vida.

Eu Vos amo, Deus infinitamente amável, e prefiro morrer amando-Vos a viver um só instante sem Vos amar.

Eu Vos amo, Senhor, e a única graça que Vos peço é a de amar-Vos eternamente.

Eu Vos amo, meu Deus, e desejo o céu para ter a felicidade de Vos amar perfeitamente.

Eu Vos amo, meu Deus infinitamente bom, e temo o inferno porque lá não haverá nunca a consolação de Vos amar.

Meu Deus, se a minha língua não Vos pode dizer a todo o momento que Vos amo, quero que o meu coração Vo-lo repita cada vez que respiro.

Meu Deus, concedei-me a graça de sofrer amando-Vos e de Vos amar sofrendo.

Eu Vos amo, meu divino Salvador, porque fostes crucificado por mim e porque me tendes aqui em baixo crucificado por Vós.

Meu Deus, concedei-me a graça de morrer amando-Vos e de saber que Vos amo.

Meu Deus, à medida que me aproximo do meu fim, concedei-me a graça de aumentar e aperfeiçoar o meu amor.

Amém.

S. João Maria Vianney.

SALUTO DEI CARDINALI (28-02-2013)